Poupança, títulos do governo e CDBs seguem como boas apostas, orientam especialistas.
A retomada no avanço da economia brasileira prevista para 2013 pode incentivar o aumento da inflação e provocar uma variação cambial para manter o controle dos preços, o que leva a um cenário de incerteza no qual os investidores se saem melhor ao aplicar a grana com cautela, conforme recomendam os especialistas.
Para o diretor-executivo de estudos financeiros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira, o investidor deve privilegiar aplicações seguras como poupança, fundos de renda fixa, tesouro direto e CDBs de grandes bancos.
Por outro lado, quanto maior o risco, maior o retorno, conforme lembra o professor do Ibmec-RJ (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), Luis Filipe Rossi.
— Quem se arriscar mais e se der bem, ganha mais. Mas é fundamental avaliar a previsão da inflação, o comportamento dos juros e o tempo da aplicação a ser feita. Esse é o caso dos fundos de investimento, por exemplo.
Poupança
Os especialistas apontam a poupança como o investimento mais seguro. A aplicação mais tradicional do Brasil bateu recorde em 2012, mesmo com as mudanças nas regras da caderneta em maio, e chegou a R$ 49,7 bilhões no ano, de acordo com o BC (Banco Central).
Pelas regras, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano, a forma de remuneração passa a ser 70% da Selic mais a TR (taxa referencial), calculada todos os dias pelo BC. Em 2013, o governo espera segurar o atual nível da Selic, a 7,25% ao ano.
No ano passado, a valorização da modalidade foi de 6,48% — acima da inflação, que fechou 2012 a 5,84%.
Tesouro Direto
Miguel Ribeiro indica que aplicar em títulos públicos também é uma medida segura, e um dos investimentos com menor risco do mercado.
— O Tesouro Direito é mais barato que outras aplicações, que normalmente têm cobrada uma taxa de administração do banco.
Mesmo assim, a modalidade “perde” para a poupança, que não tem descontados valores do IR (Imposto de Renda). Por outro lado, os papéis da dívida do governo são boa opção no médio e longo prazo.
Uma dica para quem quer aprender e entender melhor os investimentos no Tesouro é acessar o site do Tesouro Nacional.
CDBs
Os CBDs (Certificado de Depósito Bancário) funcionam como um empréstimo bancário ao contrário, no qual o cliente empresta grana para o banco, que o paga com juros. A lógica da cobrança é a mesma: quanto mais o banco tomar emprestado, maior é o juro.
Entretanto, Miguel Ribeiro lembra que 2012 foi um ano em que o BC chegou a intervir em três bancos menores (Cruzeiro do Sul, Prosper e BVA), o que serve de alerta para quem quer optar pelo CDB em 2013.
— O CDB tem taxa de renda, além do risco. Imagine quem comprou CDB do Cruzeiro do Sul? É melhor olhar para os grandes, portanto, e avaliar o quanto será investido. Para quem investe acima de R$ 100 mil, a taxa oferecida é especial (taxa de mesa). Já para o médio investidor, é a taxa de balcão.
Fundos de investimento
Luis Filipe Rossi recomenda fazer a “lição de casa” e aprender a investir em aplicações mais simplificadas antes de partir para um fundo de investimento. Quem já tiver uma reserva maior, a partir de R$ 20 mil, por exemplo, o ideal é “batalhar” uma taxa de administração favorável.
— Para um fundo de investimento em renda fixa e não variável seria interessante uma taxa de administração em torno de 1% ao ano. Mas as taxas menores dependem do quanto o investidor vai aplicar.
O professor explica que, escolhido o fundo, a taxa de administração será cobrada sobre o valor do patrimônio a ser retirado, e não somente sobre os ganhos, como ocorre no IR.
Para quem quer aplicar em ações mas ainda não fez a “lição de casa”, Miguel Ribeiro indica os fundos de ações, no qual a instituição financeira administra a grana de um fundo em uma variada carteira de ações, o que minimiza as perdas.
Fonte: http://noticias.r7.com/